terça-feira, 17 de setembro de 2024

Tempo de espera

 


Tempo de Espera

Por Andréa Pessanha

Sabedoria de Preto Velho...

 

É no tempo de espera

Que a gente aprende a ter paciência

De entender que nada acontece de um dia para o outro

Na hora que nós queremos

Do jeitinho que nós pedimos.

 

É no tempo de espera

Que desenvolvemos a resiliência

Para compreender que não podemos

Comparar nossas vidas com as dos outros.

 

É no tempo de espera

Que refletimos sobre nossas escolhas

E que pensamos e se

Eu tivesse escolhido tal caminho

Como teria sido a minha história de vida?

 

É no tempo de espera

Que ressignificamos nossas vidas

Repensamos novas atitudes

Programamos novos objetivos

E refazemos nossos sentimentos.

 

 

É no tempo de espera

Que choramos todas as nossas lágrimas

Que botamos para fora todas as dores

Que sonhamos tudo de novo

Para buscar não errar tanto novamente.

 

É no tempo de espera

Que Deus nos coloca no colo

Que afaga nossas cabeças

E nos diz que é possível recomeçar

Infinitas vezes.

 

É no tempo de espera

Que nossa alma se acalma

Que a paz se instala em nossos corações

E que já não temos medo de nada

Porque recomeçar

É um ato de coragem

Que só os que possuem a fé inabalável

Podem alcançar.

 

É no tempo de espera

Que nosso espírito se conscientiza

De que a vida é para sempre

E que para um ciclo começar

Um outro precisa encerrar.

 

É no tempo de espera

Que a gente aprende a desapegar

E reorganizar nossas prioridades

Para reescrever novos dias e possibilidades.

 

É no tempo de espera

Que pensamos nas palavras do nosso Mestre JESUS

Nos ensinamentos deixados para nós

E assim, comemorarmos uma nova chance

De escrever um novo capítulo para as nossas vidas.

 

 

 

 

terça-feira, 16 de abril de 2024

Para quais mulheres a sociedade está falando?

 


    Uma das coisas que tenho refletido ultimamente como mulher, é sobre o juízo de valor que a nossa sociedade contemporânea tem reagido diante de tantas mudanças, avanços e conquistas no universo feminino. Entretanto, é todo mundo que concorda com nossos posicionamentos, atitudes e falas? É todo mundo que conseguiu se adaptar ao nosso novo modo de viver, sem nos rotular, julgar ou simplesmente ignorar nossa participação nos diversos espaços, principalmente no atual mercado de trabalho?

    Mas não quero apenas falar desses enfrentamentos que temos passado nos últimos anos com homens e mulheres (sim, outras mulheres também), que por algum motivo, a vida e suas escolhas não as levaram para o lugar onde queriam estar. Quando menciono espaços, é de um modo em geral: mercado de trabalho, relacionamentos, família, política e também no próprio espaço feminino. Infelizmente, algumas mulheres enxergam outras como rivais e não como parceiras de projetos de vida e ideologias em comum.

    Algumas pessoas são muito dúbias, e a gente não consegue ter acesso ao que elas pensam de fato, pois justamente sobre seu juízo de valor, o modo em que pensamos e agimos, nos distanciam das mesmas. É um peso e duas medidas. Vai sempre depender dos seus parâmetros do certo ou errado, ou de suas crenças e interesses pessoais. 

    A grande questão é: Para quais mulheres a sociedade está falando? O grupo que comunga dos mesmos ideais no âmbito social, político e humano, compreendem nosso posicionamento, não nos julgam e nos apontam o dedo como "aquelas feministas", não nos excluindo e não nos tornando "invisíveis" como se não existíssemos e a nossa participação social fosse totalmente desnecessária e sem valor.

    Muitos falam em inclusão social, como se isso fosse apenas restrito para um determinado grupo que tem tido seus direitos garantidos através de leis por conta de suas diferenças e peculiaridades. E os diferentes de pensamentos, consciência e discursos? Como fica nossa voz diante de um mundo tão machista, rotulador e excludente? O diferente tem muitos significados.

    O que é ser uma pessoa, no caso uma mulher "aceitável", que merece ser acolhida e compreendida? A "boazinha", que desde criança foi ensinada a dizer sempre sim, que não podia questionar, expressar suas opiniões, suas vontades e desejos? Como será que anda a mente e saúde emocional dessas meninas, agora na fase adulta? Talvez as reprimidas, que tem medo de falar em público, de compartilhar sua opinião em casa ou no trabalho, no grupo de amigas e até mesmo no círculo familiar. Essas mulheres por terem sido caladas, serem ensinadas que não poderiam sonhar, são adultas frustradas com a própria realidade e se lamentam por não conseguirem ousar e pensar "fora da caixinha".

    Desse modo, as diversas linguagens e formas de comunicação entre os muitos segmentos da sociedade, dentro e fora do nosso país, levando em conta os diferentes padrões culturais, sempre levam a mulher para um lugar de submissão e inferioridade, e quando falamos em igualdade de direitos, somos mal interpretadas por nos acharem radicais. Não é 8 e nem 80. É o caminho do meio. Particularmente, não desejo afrontar nem gregos e nem troianos, só conquistar meus espaços de direito de forma digna, recebendo reciprocidade e respeito de ambas as partes, pela minha trajetória de vida e valores.

    São reflexões cotidianas diante do que eu vejo, sinto e vivencio. Acredito que muitas mulheres vão concordar comigo e tantas outras vão discordar. E isso é ótimo! É na diversidade que nos completamos, aprendemos a conviver em sociedade, errando e acertando, caindo e levantando. Somos seres humanos. Até as máquinas erram, dão defeito e às vezes nos desapontam. A expectativa da perfeição é individual!

    Um grande abraço e obrigada por ter lido o artigo até aqui.

                                                                Andréa Pessanha




sexta-feira, 1 de março de 2024

O lado positivo de ouvir um "não"


                           Ressignificar é a melhor forma de transformar um "não" em algo positivo
 

         O lado positivo de ouvir um "não"

por Andréa Pessanha

        Uma das coisas que a maturidade tem me ensinado é ressignificar tudo que tem acontecido comigo: momentos difíceis, dúvidas, medos, adversidades, falta de reciprocidade, entre outras situações. A gente vai deixando de olhar para o próprio umbigo, achando que o mundo gira em torno de nós, como os planetas em torno do Sol e percebemos, caímos na real de que não temos o controle do comportamento, pensamento e atitudes das outras pessoas. Ou seja, o mundo não pára por conta de nossos problemas.

        Então trago pra mim uma pergunta de Coaching. E serve de aprendizado para vocês também. Ao invés de perguntar para Deus, para o Universo e para si mesma: Por que tal coisa me aconteceu? O que eu fiz para fulano (a)? Por que tal coisa não deu certo? Você vai trazer a consciência e perguntar: Para quê? É a melhor forma de transformar um "não" em algo positivo, construtivo e que lá na frente compreenderemos.

        É importante entender que tudo na vida tem um propósito, uma razão de ser e que por mais fiquemos chateadas e nos sentindo injustiçadas por esse bendito NÃO e num futuro imediato a vida vai nos mostrar o real sentido de tudo o que aconteceu. E outra questão importante, nós somos agora no presente o resultado daquilo que vivenciamos no passado. Nossas crenças, pensamentos, atitudes atuais estão pautadas em tudo que experimentamos lá atrás. A grande questão é fazer essa virada de chave e seguir em frente com as novas oportunidades que surgirem e também fazer a roda girar a nosso favor.

        Dessa forma, não adianta ficar chorando pelo leite derramado, nos vitimizando, achando que o mundo inteiro está contra nós. A nossa mentalidade é que precisa mudar. Nós é que precisamos enxergar a vida, os fatos e as pessoas por um novo ângulo e agir com inteligência emocional. E ao invés de reclamar daquele "não", agradeça. Há muitos livramentos disfarçados de "portas na cara". Apenas, seja grata!

                                                                  Andréa Pessanha


segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Saúde Mental da Mulher Contemporânea

 Saúde Mental da Mulher Contemporânea


1 a cada 5 mulheres apresenta transtorno mentais comuns e a taxa de depressão, é em média, o dobro da taxa de homens com o mesmo sofrimento, podendo ser ainda mais persistente nas mulheres  

Iniciamos o primeiro mês do ano de 2023, e com ele uma das campanhas mais importantes para todos, principalmente para nós mulheres por vários motivos: por conta da nossa correria diária, de acharmos que temos  que dar conta de milhares de coisas diariamente, muitas vezes também por nossa própria culpa, de não sabermos dizer não em determinados momentos,  e de não aprender delegar funções, para não perder o "controle" das coisas. Chamamos da síndrome da mulher maravilha, que faz tudo para todos, a tempo e a hora.

E o tema deste ano é bem sugestivo: A vida pede equilíbrio, ou seja, é um alerta para todas as pessoas que vivem intensamente, sem priorizar sua saúde mental, colocando sempre o trabalho, família, amigos, sempre na frente; entretanto se esquecem que se não estiverem bem emocionalmente, não terão condições de trabalhar e muito menos cuidar dos seus entes queridos. Priorize o autoamor e desperte o amor-próprio. Não é egoísmo, é autocuidado. Afinal de contas, quem cuida de quem cuida?

Para quem desconhece, o Janeiro Branco é um movimento social dedicado à construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade. É, também, o nome do Instituto que coordena esse movimento. O seu objetivo é chamar a atenção dos indivíduos, das instituições, das sociedades e das autoridades para as necessidades relacionadas à Saúde Mental dos seres humanos. Uma humanidade mais saudável pressupõe respeito à condição psicológica de todos!

O sofrimento psíquico varia de pessoa para pessoa, pois os impactos são diferentes de acordo com o grupo pela qual elas fazem parte. E com a pandemia da covid-19, as desigualdades sociais foram agravadas e a saúde mental das mulheres foi especialmente afetada por inúmeros fatores.

Entretanto, promover a cultura de promoção e prevenção em saúde mental, parece ser o melhor caminho para minimizar e/ou evitar tantos sofrimentos que as mulheres brasileiras tem passado, na maioria calada, tornando-as mais vulneráveis em nossa sociedade, que infelizmente ainda é bastante machista, excludente e sem empatia pela dor alheia. 

De acordo com o Instituto Cactus, na impossibilidade de atacar todos os problemas de uma única vez de forma efetiva e consistente, elegeram adolescentes e mulheres como públicos prioritários para focar em suas ações. 

Segundo o Instituto, existem questões que precisam ser priorizadas na compreensão e abordagem da saúde mental das mulheres. E para ilustrar esse argumento elencaram 8 dados sobre a saúde mental das mulheres, disponíveis no levantamento "Caminhos em Saúde Mental", lançado em 2021, em parceria com o Instituto Veredas.

1) Prevalência em condições de saúde mental: segundo dados, uma em cada cinco mulheres apresenta Transtornos Mentais Comuns (TMC) e a taxa de depressão é, em média, mais do que o dobro da taxa de homens com o mesmo sofrimento, podendo ainda ser mais persistente nas mulheres. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, o gênero implica diferentes suscetibilidades e exposições a riscos específicos para a saúde mental, por conta de diferentes processos biológicos e relações sociais. 

2) Sobrecarga e trabalho: apontada como um dos principais fatores que deixam as mulheres especialmente vulneráveis aos sofrimentos psicológicos, a sobrecarga física e mental de trabalho é um enorme desafio. Em mulheres com alta sobrecarga doméstica, o número de mulheres com TMC vai de 1 a cada 5 mulheres para 1 a cada 2 mulheres.

3) As diferenças começam ao “nascer mulher” e os impactos se arrastam por toda a vida: é durante o período da adolescência que as normas de gênero são consolidadas e com isso se intensifica a discriminação de gênero. Normas de gênero podem limitar a capacidade das meninas de viajar ou frequentar a escola, os lugares em que podem ir ou o tipo de interações sociais que podem ter, além de limitar as expectativas do que podem ter, a forma de tratamento, as possibilidades, poder e recursos. 

4) Suícidio e automultilação: os dados anteriores impactam também os dados sobre tentativas de suicídio – mulheres são duas vezes mais propensas. 65 mil pessoas morrem por suicídio por ano nas Américas, com taxa acima de 7 pessoas para cada 100 mil habitantes. No Brasil, estudos recentes apontam que as maiores taxas de crescimento de suicídios estão entre mulheres e nas regiões nordeste e norte, além de haver importante ocorrência entre indígenas. Em sociedades em que o acesso à educação sexual, a contracepção e o aborto seguro são limitados, as meninas que engravidam fora do casamento podem acreditar que autoagressão ou suicídio são suas únicas alternativas.

5) Racismo: a discriminação racial afeta a saúde mental de pessoas negras e, quando pensamos em mulheres negras, soma-se a discriminação de gênero e temos um contexto de dupla opressão. Como consequência, elas podem internalizar as características negativas que lhes são atribuídas, prejudicando a autoestima, e o sentimento de inferioridade gerado pode prejudicar as relações sociais, favorecendo o isolamento, o que muitas vezes é confundido com timidez ou agressividade. Também podem desenvolver transtornos de ansiedade e depressão, os quais podem se desdobrar no suicídio.

6) Violências contra mulheres: a saúde mental das mulheres também pode ser impactada por serem vítimas de violência psicológica, física, sexual e institucional, resultado de uma gama de práticas sociais e culturais machistas. Mulheres que foram expostas a violências na infância parecem apresentar maior risco para revitimização na vida adulta, não raro apresentando episódios depressivos, de ansiedade, estresse ou relações prejudiciais com a alimentação e drogas. Mulheres vitimadas por parceiros íntimos podem reproduzir comportamentos violentos e, potencialmente, sofrem posterior exclusão social, assim como julgamentos baseados no gênero, o que dificulta o acesso ao acolhimento em saúde. 

7) Estigmas e medicalização: A falta de compreensão e a fragmentação nos serviços de saúde é um desafio importante nos cuidados em saúde mental das mulheres. Os profissionais admitem que nos atendimentos, no geral, as mulheres se calam sobre a violência de gênero, ao mesmo tempo em que intensificam a procura por serviços de saúde, sendo estereotipadas como “poliqueixosas”. Arquétipo que, além de prejudicar as estratégias de tratamento, é também uma forma de violência institucional contra mulheres, que muitas vezes enfrentam o estigma no próprio processo de tratamento. 

8) Em crises, elas também são mais impactadas: A crise provocada pela pandemia de Covid-19 agravou muito esse cenário. Com a perda da renda e o aumento da desigualdade de renda e de acesso a serviços, os efeitos da crise socioeconômica na saúde mental são ainda piores para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Com o isolamento social, a disparidade de gênero, a violência doméstica e a sobrecarga das mulheres aumentaram, ao mesmo tempo em que as redes de suporte diminuíram. 

Dessa forma, ao menor sinal de que você não está se sentindo bem, tanto mentalmente quanto emocionalmente, procure ajude nos diversos espaços de saúde mental de sua cidade, públicos ou privados, para que seja tratada por um especialista da melhor forma possível. Não se isole ou esconda a sua dor. Compartilhe-a com pessoas amigas, do trabalho ou familiares que sejam confiáveis, que vão lhe estender a mão para te ajudar no seu processo de tratamento; e posteriormente buscar resolver o fator, a causa que desencadeou esse problema de saúde mental/emocional.

Não se acostume com a dor, não deixe que ela lhe consuma. A vida é cheia de oportunidades diárias para sermos felizes, de vivermos em paz, com mais tranquilidade e serenidade. Tenha fé! Saiba que Deus está sempre contigo, nunca te abandonou e tudo que você está passando neste momento, é apenas um degrau para um novo caminho a seguir e uma nova chance de mudar de vida.

Beijos de Luz!

Andréa Pessanha

Coach de Mulheres, Palestrante Motivacional e Terapeuta Holística 

Fonte de Pesquisa: Instituto Cactus