domingo, 13 de abril de 2025

Viver na Solitute


    Com a maturidade, associada a falta da dependência emocional, vamos cada vez mais atingindo a plenitude e a consciência da solitude. Vamos deixando bagagens para trás, padrões antigos de comportamento e já não nos importamos com o que esta do lado de fora, apenas com o que está dentro de nós.

    Assumir a solitude é também um ato de coragem, de ousadia e liberdade, pois você convive consigo mesma 24 horas por dia e não se cansa. Se ama tanto, gosta tanto de sua própria companhia, que para algumas pessoas você se torna inalcançável. 

    A solitude é  um estado de espírito, construído dia após dia, depois várias frustrações, decepções e amarguras. Chega um dia que você se cansa de tudo isso, de sempre esperar que o melhor aconteça dentro de suas expectativas, na sua mente e acaba se desiludindo, porque somos nós que projetamos tudo em nossa cabeça. As pessoas não nos devem nada, nós que projetamos demais. 

    E o que fazer com tanta liberdade de escolhas, com seu protagonismo? O que por muito tempo ficou guardado naquela caixinha de sonhos e desejos. O que te prende a realizar alguma coisa ou simplesmente deixar de fazer algo que hoje não faz mais sentido.

    A vida é  feita de ciclos e com eles amadurecemos, crescemos, precisamos mudar e estar em constante transformação, pois o mundo muda o tempo todo e não podemos ficar estagnadas esperando que as coisas aconteçam ao nosso modo, como se fôssemos o centro do universo.

    Não somos o sol cujos planetas giram em torno de nós. Nós que precisamos fazer o movimento de ir ao encontro daquilo do que queremos ou simplesmente também, não fazer nada e ficarmos no nosso cantinho onde ninguém tem acesso, apenas nossos pensamentos, sentimentos e emoções.

    E está tudo bem viver também em dias nublados e cinzentos. Nem todos os dias são ensolarados, com ventos suaves refrescando nossos rostos e cabelos. Há dias com muitas nuvens carregadas e tempestades contínuas. Mas quer saber de uma coisa? Isso também passa. No outro dia, acordamos e o céu está claro novamente, azul e sem nuvens para ofuscar nossa paisagem. 

    A solitute consiste nisso: dias ensolarados e dias chuvosos. Nos dias ensolarados colocamos nossa roupa de passeio leve, protetor solar e óculos de sol. Já nos dias nublados, ficamos enrolados com nossas mantas, quietinhas em nosso sofá ou cama, aguardando a tempestade passar.

    De um jeito ou de outro, o importante é  nos mantermos firmes, acreditando que independente do rumo dos ventos, nós somos e seremos sempre, nosso porto seguro!

    Até o próximo artigo,

Andréa Pessanha